Lutar, até que o povo acorde. Neste blog publicarei as minhas opiniões e a de outros com as quais concorde. Denunciarei as injustiças e a corrupção de forma simples e pragmática para que os mais desatentos entendam a forma como somos roubados, por quem e para quem. Fá-lo-ei de forma anónima, usando o mesmo principio do voto secreto, e porque quero poder dizer o que penso sem condicionalismos de espécie nenhuma. Embora pensemos que vivemos num país democrático, o certo é que cada vez mais somos controlados pelos poderes e corporativismos instalados, que não olham a meios para atingir os fins.

É importante saber que não tenho partido, religião, clube ou qualquer outra doutrina ou forma de associativismo que condicione a minha forma de pensar. Tento estar atento ao que me rodeia e pauto-me pela independência, imparcialidade, justiça e bom censo.

Para uma melhor optimização da visualização do blog ao seu browser, enquanto pressiona a tecla "Ctrl", rode o cursor do rato e ajuste o blog ao seu monitor.

2011/04/15

Roubar os pobres

A principal razão que me leva a escrever este «grito de revolta» é o facto de constatar que estamos tão adormecidos, que aceitamos como normais situações de injustiça, de ilegalidade e até de inconstitucionalidade. Dou um exemplo do que me inquieta, e que nos deveria de inquietar a todos, e deixo algumas perguntas no ar para todos reflectirmos.

Dou como exemplo, o escandaloso negócio das farmácias, não só por nos afectar a todos, mas porque afecta principalmente os idosos, os mais desprotegidos, os mais pobres, e principalmente porque é daqueles temas em que ninguém «toca». Nem partidos políticos, (nem os de esquerda, que se dizem defensores do povo), nem comunicação social, (A Visão publicou um artigo sobre o tema, mas infelizmente só constatou que as farmácias são um excelente negócio), nem associações de consumidores.

É evidente que apesar de ser uma pessoa bem informada, não consigo ter informação da totalidade de tudo o que se faz ou diz neste país, de qualquer modo as minhas acusações são para quem nada faz para alterar esta situação, para os outros o meu «bem hajam». De qualquer modo, na generalidade, é um tema tabu, que não se vê discutido nos média, nem se vislumbra qualquer alteração a curto ou médio prazo.

As farmácias são dos negócios mais lucrativos que existem. Quem é que paga esse lucro? Todos nós através dos impostos e quando estamos doentes, os doentes crónicos, e os idosos que necessitam dos remédios para viver, e que segundo a constituição deveriam ter direito à vida. Os idosos, se quiserem viver ou tentar sobreviver, pegam na sua miserável reforma e gastam metade em remédios, para pagar os lucros milionários que as farmácias não permitem sequer que alguém ponha em causa. Porque é que os remédios são tão caros? Porque o estado não permite a abertura de mais farmácias, não fosse a livre concorrência estragar o negócio às já existentes. Porque é que o estado é cúmplice? Porque o estado gasta mal, sabe-se lá em quê os largos milhões de contos, que nos cobra a nós em impostos e que não entrega às farmácias. Porque é que as farmácias não exigem a dívida? Por duas razões. Porque assim têm o estado na mão para este não atribuir mais alvarás e não haver livre concorrência que resultaria na baixa de preços dos remédios e consequentemente lhes estragaria o negócio, a segunda razão, é porque não precisam, apesar da divida do estado, o negócio é extremamente lucrativo.

O que é repugnante, para além da cumplicidade do estado, é que esse lucro seja pago pelos mais pobres, e através de um artigo de primeiríssima necessidade. Falando curto e grosso, o estado que tem como obrigação a defesa de todos nós, violando a constituição, obriga os mais pobres e os mais desprotegidos a pagar a preço de luxo um artigo de primeira necessidade, e a que deveriam ter acesso grátis, ajudando os que já são ricos a ficarem ainda mais ricos, deixando-se chantagiar pela Associação Nacional de Farmácias.

Com tanta injustiça, e tanta imoralidade junta, alguém me sabe explicar porque é que ninguém diz ou faz nada? Estamos ou não todos a dormir? Onde estão os partidos ditos de esquerda, e as organizações que nos deveriam defender? Onde está a comunicação social que supostamente deveria de alertar para o que está mal? Devem estar todos em Entre os Rios a discutir audiências, explorando o sofrimento dos familiares das vítimas, e perguntando:
Você que perdeu sete familiares neste acidente, o que é que sente neste momento?

Assokapa 06/04/2001

Sem comentários: